sexta-feira, 12 de julho de 2013

NINHO

Piracema - Ninho de pássaros- aconchego - foto by Celêdian 2009


Ouvia no oco vazio do silêncio, ecos das lembranças,
dos amores que ludibriaram sonhos e a vontade de amar.
Eram ruídos murmurantes, como escoar de águas mansas,
perseverantes e como se demarcassem no tempo, o lugar.

Não se adivinhava do seu movimento simulando danças
e nem se cogitava, contudo, dos desvios por onde rumar,
retrocedendo à margem e reavendo mortas esperanças,
onde a emoção do presente era caminho novo a trilhar.

Vislumbrava agora em um ninho, o fim de desesperanças,
num peito macio, tal alcatifa, por onde mãos a passear,
repousavam ternamente, em cúmplices desejos, alianças.

Como toques suaves na alma, mágicos gestos a acariciar,
desenhavam-se afetos, os esquecidos, em sutis mudanças
que descompromissadamente, restituíam o gosto de amar.


Republicado - original fev.2011